Este poema foi publicada neste livro. |
dois nomes que eu não esqueço
como posso me esquecer,
se foi aí meu berço?
Recordação de criança
do tempo que lá vivi,
Guardo na minha lembrança
pois nunca mais esqueci
Como corria feliz,
pelas veredas e caminhos
Escutando encantada
o gorgeio dos passarinhos.
No verão eram as cigarras
num constante cantar
era o trigo nas eiras
pronto para debulhar
À noite como era lindo
estrelas no céu a brilhar
só quietude e silencio
que nos fazia sonhar.
Quando florescem amendoeiras
Com todo seu esplendor,
dando aos campos a beleza
De um inigualável valor
Até os abruptos rochedos
eu via sua beleza
Dando-lhes formas estranhas
de animais ou humanos
de estranha figuração
tal qual a natureza
da minha imaginação.
Tantos anos já passaram
com elas a mocidade
hoje tudo o que resta
é esta profunda saudade.
Maria de Jesus
Este foi o primeiro poema que a minha mãe escreveu quando vivia nos E.U.A., foi a saudade da sua terra natal que lhe deu a inspiração. Para matar as saudades minha mãe subscrevia ao jornal "A Avezinha", jornal local de Paderne que recebia lá no estrangeiro. O jornal tinha uma secção de poesia, creio que foi assim que começou o gosto, enviou este poema para o jornal que o viria a publicar tanto no jornal, como tambem mais tarde neste livro.
Elia Silva
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